As noticias sobre o incêndio na capela do Palácio Universitário me encontraram na reitoria, trabalhando na nova regulamentação do Campus de Macaé. Fui tomado por uma grande aflição por conta de tantos amigos que trabalham no Palácio e também pela falta de informações precisas. Atravessei a cidade, subi pelo Rio Sul, onde deixei o carro e segui a pé até o Palácio. Demorei umas três horas neste trajeto. Cheguei e encontrei muitos amigos e companheiros de lutas pela UFRJ tristes, quase desolados diante de um trecho do Palácio, justo a capela, que queimava.
Soube que o reitor já havia passado, soube que providências haviam sido tomadas, mas como providenciar a referência concreta a tantos episódios de minha vida que desapareciam com o Palácio?
Fiquei parado, entorpecido por lembranças de velórios, casamentos e tantos outros episódios que passei naquele espaço que desaparecia e que, muitos deles, foram compartilhados com as outras pessoas que ali estavam , tambem aturdidas. O vínculo que nos une, formado de lembranças, conquistas, realizações emergiu como uma bóia afundada e me fez perceber que não demorará muito a reconstrução da capela porque a capela e o Palácio corporificam um patrimônio de conquistas e vivências comuns a muita gente, alguns até de fora da UFRJ, com garra e com o inquebrantável desejo de reconstituir aquele espaço concreto e simbólico onde se corporifica tantas convergências, vivências, encontros, despedidas e conquistas.
Firmo aqui meu compromisso que é com todos, cidade e universidade, país e amigos, mas também, e principalmente, comigo, de envidar todos os esforços na reconstituição do Palácio Universitário da UFRJ.
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