segunda-feira, 18 de abril de 2011

Reiteramos o nosso agradecimento a todos os que votaram conosco a despeito de todos os problemas .

Um fantasma ronda nossas instituições democráticas, o fantasma do desencanto.
O absenteísmo, que já atingia a maior parte dos estudantes nas ultimas eleições, se espalhou entre servidores técnico-administrativos e, em menor medida, docentes e nos leva a pensar o que está errado neste processo.

Três fatos saltam aos olhos. A adoção de técnicas de propaganda próprias de eleições de outra natureza, o escasso tempo que tiveram os vários concorrentes para apresentar suas propostas numa universidade gigantesca como esta certamente tiveram parte da responsabilidade por este incremento da abstenção. Ademais, e de maneira mais gritante, a absoluta disparidade de acesso aos meios institucionais eletrônicos também contribuiu para este quadro.  Continuamos compartidos em feudos onde apenas o senhor feudal tem acesso a todos em nome da manutenção da preservação das listas, mas, de fato, preservando o controle das mesmas.

A despeito disto tudo, como já dizia Churchill, a democracia é o pior dos regimes, salvo todos os outros existentes. O que temos hoje é o mais próximo que conseguimos dela e deve ser aperfeiçoado e não descartado. Logo devemos lutar para que os outros entendam, em particular nossos alunos, que sobre nós, que temos a responsabilidade de decidir os dirigentes deste tipo de órgão do Estado, incide uma espécie de hipoteca social. A sociedade pode querer cobrá-la se não agirmos a altura de nosso dever.

Por isto criamos a chapa A UFRJ de que o Brasil Precisa. Buscamos, dentro de uma perspectiva de aprofundamento de nossa autonomia, corresponder aos anseios da sociedade brasileira. Buscamos superar o corporativismo, a fragmentação e o toma-lá-dá-cá. Sabíamos que seria dificílima a vitoria, mas preferimos o risco a fazer alianças com forças conservadoras e sermos engolfados por elas, a exemplo do que demonstra a história recente de nosso país.


Ainda que não tenhamos sido vitoriosos eleitoralmente, fomos vitoriosos politicamente porque disseminamos uma série de idéias no coletivo de discussões da universidade. Estas idéias e nossa unidade são nosso maior patrimônio político e pretendemos mantê-lo.

Assim, em principio, não apoiaremos nem participaremos de uma administração que, como já salientamos, seja distante de nossas posições programáticas. As chapas vitoriosas, que, juntas somaram 43% dos votos possíveis e ponderados, nos parecem incapazes de perceber a necessidade de uma nova UFRJ mais consentânea com o que o Brasil precisa.É um engano perigoso imaginar que qualquer um de nós representa a maioria da UFRJ.


A pergunta tantas vezes formulada por todos nos debates eleitorais sobre as raízes de nosso fracasso e decadência relativos, que uns apontaram como causados pela administração X e outros pela administração Y e Z, têm sua origem neste mundo feudal, corporativista  e cartorial que vivemos na UFRJ. É este nosso adversário interno e o externo é a tutela de órgãos que desconhecem nossa dinâmica interna. Daí a necessidade urgente de centrar fogo na busca da autonomia plena.


Lamentamos que tenhamos sido incapazes de atrair todos os que pensam como nós. Lamentamos também perceber que muitos deles, movidos por questiúnculas pessoais ou paroquiais, ainda que percebessem nossa convergência, preferiram a abstenção, o voto nulo e o voto em branco.


Pelo exposto, tendiamos a, num primeiro momento, não participar da segunda etapa do processo eleitoral. Resolvemos, a pedido de uma das chapas, que nos convidou para uma participação na mesma, nos posicionar em relação a este processo.  Achamos que faz parte da boa ética política começar por discutir programas e assim nos posicionaremos. Queremos discutir o nosso programa resumido a seguir e não preencher uma pró-reitoria com um nome nosso. Só estamos dispostos a participar daquilo que permita o cumprimento de nossos compromissos programáticos, nos mostrando, na prática, que fomos precipitados ao qualificar as chapas vitoriosas de Partido Republicano e  Democrático e  que elas avançaram.


A seguir nosso Programa resumido


1.          A Estatuinte deve ser convocada o mais rapidamente possível e deve propor um novo estatuto para UFRJ cujo desenvolvimento está obstaculizado pelo atual Estatuto

2.        A expansão da graduação deve continuar, mas com critérios e recursos garantidos. Os cursos noturnos, onde cabível, devem ser abertos como instrumentos de justiça social

3.        Estímulo a criação de mestrados e doutorados internacionais, especialmente no âmbito do MERCOSUL, através de um espaço institucional próprio para tanto que poderá ser o NEI ou um novo órgão a ser criado no âmbito da reitoria, do FCC ou de um novo Centro de Estudos Interdisciplinares. A UFRJ deve buscar o reconhecimento e o intercambio nacional e internacional


4.        Criação da Escola Brasileira de Formação de Quadros para a Universidade Pública Federal que coordenará as iniciativas no âmbito da UFRJ visando não apenas qualificar nossos quadros, mas também de outras universidades públicas e Refundação da Escola de Altos Estudos que deverá coordenar projetos, seminários e debates sobre o futuro da universidade, do Brasil e da ciência.


5.        Alojamentos decentes e mais restaurantes universitários dentro de uma nova política de assistência estudantil integral e parceira e não paternalista. Esta política passa pela aprovação do novo regimento do atual alojamento.  Salas de estudo, bolsas, facilidades computacionais e bibliotecas devem ser priorizados para que o maior número possível de alunos compartilhe com os docentes um regime de dedicação exclusiva aos estudos. As bolsas próprias para estudantes da UFRJ devem ser pagas prioritariamente.


6.        Defesa intransigente da Autonomia Universitária através de ação conjunta com outras universidades publicas federais, sindicatos e associações discentes  junto ao Congresso Nacional, ao Executivo e ao Judiciário, no sentido de definição de parâmetros para o exercício da autonomia financeira e  recuperação da autonomia jurídica.


7.        Construção de um novo hospital universitário


8.        Programa de Apoio ao Ensino Médio e Fundamental com ações nas áreas de extensão, pós-graduação e graduação, particularmente através do estimulo a programas de capacitação de docentes, em particular mestrados.


9.        Criação da Radio e TV NOVA UFRJ em canais abertos além da internet dentro de uma nova política de comunicações que permita também a preservação, orçamentação e definição do espaço institucional da Editora UFRJ e da Revista Versus


10.   Política Cultural que permita a administração do ex-Canecão sem prejuízo para a cidade do Rio de Janeiro e sua articulação com a EBA, a ECO  e a EEFD.


11.   Melhoria da Infraestrutura nos Prédios existentes da UFRJ e construção imediata de Novos Prédios para abrigar os novos cursos. Novas instalações para aquelas atividades ora desenvolvidas no subsolo do CCS. Priorização de ocupação do espaço da Ilha da Cidade Universitária por atividades acadêmicas.


12.   Implantação do Programa de Combate aos Riscos elaborado em 2005 e jamais implementado, em particular no que tange a questão de incêndios, segurança ambiental  e biossegurança


13.   Resolução dos problemas de transito e segurança através de ações junto às autoridades do estado e município e a partir de uma repactuação das relações de ocupação da Ilha por outras instituições numa perspectiva de responsabilidade partilhada sobre os problemas de infraestrutura de transito e segurança da Ilha, com maior desembolso por parte das mesmas.


14.   Definição Institucional dos Campi fora da sede com eleições de dirigentes pela comunidade e representação nos colegiados superiores



15.   Resolução dos problemas de infraestrutura, institucionais e de docentes, em particular nos cursos novos mais carentes como fisioterapia, fonoaudiologia,  restauração, defesa e gestão estratégica internacional,bacharelado, licenciatura em dança e teoria de dança


16.   Criação de um espaço institucional para articular e organizar as ações a serem desenvolvidas em relação aos Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo


17.   Encaminhamento do projeto de criação da Escola de Administração ao CONSUNI


18.   Definição do espaço institucional do INCE e SUPERTIC com decisão do CONSUNI mas participação dos interessados.

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