segunda-feira, 4 de abril de 2011

DEBATE NO CCS

Candidatos debatem no maior colégio eleitoral da UFRJ

ANDREZA DE LIMA RIBEIRO - AGÊNCIA UFRJ DE NOTÍCIAS - CENTRO DE TECNOLOGIA
SIDNEY COUTINHO - PREFEITURA UNIVERSITÁRIA

 O auditório Rodolpho Paulo Rocco, o "Quinhentão", sediou, nesta segunda-feira (4/4), o quarto debate entre os candidatos à Reitoria da UFRJ. Nesta terça-feira (5/4), acontece o último encontro entre os candidatos, a partir das 10h, no pólo de Xerém, em Duque de Caxias, que terá transmissão da WebTV da UFRJ.

Por ser realizado no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ, onde está o maior colégio eleitoral da universidade, o confronto ganhou ares decisivos. Para se ter uma ideia, todos os indicados para ocupar a vice-reitoria, Antônio Ledo, Léa Mirian, Maria José Coelho e Eliezer Barreiro – das chapas 10, 20, 12 e 99, respectivamente – têm relação direta com a área da saúde.

O debate seguiu o mesmo modelo dos eventos anteriores, dividido em cinco blocos, nos quais os candidatos expunham as ideias. Como não poderia ser diferente, muitas questões respondidas tiveram como foco principal o destino nos profissionais terceirizados e as condições de trabalho no CCS que é, em termos de pesquisa, o mais avançado da UFRJ. A aplicação da Medida Provisória (MP) 520, de 31 de dezembro de 2010, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) com a finalidade de gerir os hospitais das instituições federais de ensino superior, como solução para o extra-quadro do HUCF foi uma das tônicas do debate. Espaço semelhante ocupou a MP 525, aprovada em 14 de fevereiro de 2011, e que dispõe que as vagas de professores em novas instituições podem ser ocupadas por professores temporários, sem a obrigatoriedade da promoção de concursos públicos e permite ainda a contratação de temporários para ocupação de cargos como reitor, vice-reitor, pró-reitor.

No entanto, como não só de saúde vive a universidade, outros temas relevantes entraram em pauta. Alcino Camara Neto, da chapa 12, por exemplo, lembrou a falta de cuidado com a segurança do patrimônio da universidade em relação aos incêndios e a biossegurança, já que desde 2005 há um estudo encomendado pela gestão atual chamado Programa de Gestão de Riscos da UFRJ e que jamais saiu do papel. “Entre outras coisas, o estudo tinha um programa de proteção e combate a incêndios, com treinamento de brigadas, programa de proteção de riscos ambientais em laboratórios, programa de segurança de informação e assim vários outros”, lembrou.

O candidato Angelo da Cunha Pinto, da chapa 99, foi o primeiro a desferir um golpe ousado nos concorrentes. Ele questionou o fato de Carlos Levi, da chapa 10, ter ocupado o cargo de pró-reitor durante tanto tempo sem jamais ter feito nada para evitar a cobrança nos estacionamentos das unidades e, agora nos debates, afirmar que brigará pela gratuidade se eleito. Em resposta, Carlos Levi lembrou que a responsabilidade pela administração dos estacionamentos sempre coube aos decanos, e em respeito a práticas democráticas jamais houve intervenção, mas motivado por uma interpelação do Ministério Público, a atual Reitoria apoiou a licitação realizada no Centro de Tecnologia para explorar o local.

Segundo Carlos Levi, no entanto, é possível planejar outro tipo de operação. “Minha intenção, e por isso assumi esse compromisso, é de fazer um esforço para, nos próximos anos, termos um modelo livre de cobrança, estacionamento operados com catracas eletrônicas, pois já dispomos de equipamentos com essa tecnologia e com custo bastante aceitável e, portanto, será uma alternativa para a operação adequada de nossos estacionamentos”, respondeu. Mais tarde, ele voltou a ser fustigado por Angelo Pinto, que quis saber por que não havia reconhecimento por parte da comunidade do trabalho realizado pela Reitoria. Levi se limitou a responder que isso era um problema relacionado à dificuldade de divulgação.

O candidato da chapa 20, Godofredo Neto, também encarou uma saia justa quando precisou responder a uma questão de uma das mais de 500 pessoas da platéia. De forma direta, questionaram porque ele não queria trazer as unidades do campus da Praia Vermelha para a Cidade Universitária, se eleito. “A Praia Vermelha (as unidades do campus) não virá se ela não quiser. Se alguns acham que ela virá, se chamarem o Bope, ela não virá”, disse de forma jocosa para depois complementar a resposta alegando que ninguém jamais respondeu o que será feito com o terreno que vale milhões de reais. “A autonomia da unidade que quiser ficar, será respeitada. É dever nosso construir salas de aula na Praia Vermelha, isso é possível e há um projeto”, disse.

Processo Sucessório
A Comissão Coordenadora do Processo Sucessório (CPPS) informou que mesários do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) vão auxiliar no uso da urna eletrônica, novidade na eleição para reitor e vice-reitor que ocorrerá entre os dias 11 e 13 de abril.

De 15 a 20 de abril, acontece a campanha de um eventual segundo turno. A votação se realiza nos dias 25 e 26, com o resultado sendo divulgado no dia 27. Finalmente, no dia 28, a Comissão Coordenadora do Processo Sucessório (CCPS) apresenta o resultado da consulta ao Colégio Eleitoral (Consuni, CEG, CEPG e Conselho de Curadores) que definirá a lista tríplice a ser enviada ao Ministério da Educação, que tem, por delegação da Presidência da República,  a tarefa de escolher o futuro reitor.



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